segunda-feira, 13 de junho de 2011

A_Mar

A_Mar
Às vezes penso-te como um mar...
ou como traço de ave no azul oceânico...
Vejo-te abrir os olhos, curiosa...
As ondas roçam na pele, como plumas de percepção,
nas cristas que agitam o desejo...
Ainda lembras o sabor de um beijo?
Que memórias guardas do afago branco da espuma,
rasto de prata escorrente, carícia de seda na areia dourada?
E nesses momentos existes como luz, estilhaças o cinza metálico
da tristeza que entrelaça a ausência e unes os corpos...
Até onde te reconheces no deslizar esquivo e inebriante da vida?
Na corrente líquida, o brilho pulsante de fantasmas intemporais e inacessíveis...
em rotas aleatórias por praias esquecidas em cartas náuticas...
Fechas os olhos. Sorris, despudorada...
Quero mais. Quero saber o gosto do mar que escondes na boca...
Beijar a orla dos imponderáveis e descobrir-me navio sem rumo...
em busca de um farol que me detenha...

De:José Carlos Alves

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